6 de setembro de 2021

A nota de 420 reais deu o que falar


No dia 18 de janeiro de 2021, uma operação policial em Presidente Prudente, interior de São Paulo, apreendeu quase 150 kg de maconha, mas isso ficou em segundo plano. O que deixou os policiais encucados mesmo foi uma nota de R$ 420, com um bicho-preguiça estampado, encontrada na carteira de um dos suspeitos presos.

Seria algum código? Um dinheiro paralelo usado por traficantes? A dúvida permaneceu por alguns dias, até descobrirem que o papel misterioso era oriundo de uma loja que vende roupas. A empresa Chronic, lançou essa nota como um brinde para quem comprasse algum de seus produtos. O preso em Presidente Prudente era cliente da loja e havia deixado a cédula em sua carteira.


A grife tem sede em São Paulo, mas está espalhada por todo Brasil graças a uma rede de mais de 5 mil revendedores. Na Bahia há centenas de lojas, incluindo em Feira de Santana, onde a nota apareceu e viralizou nas redes sociais.


"Nós somos uma loja de contra-cultura, alternativa, que debate temas controversos como o racismo e o fascismo. Nossas estampas trazem essa personalidade forte, de lutar contra situações que não são resolvidas no Brasil, como a questão das drogas. Eu acho um absurdo a maconha não ser liberada, por exemplo. Até por isso muitos artistas vestem essa marca", explica Vagner Ferreira, 40 anos, um dos revendedores da empresa na Bahia.


Como surgiu a cédula

A nota surgiu em setembro de 2020. Caio Venom, 32 anos, desenhista da loja, estava criando uma linha de roupas baseada na Lacoste, mas com um bicho-preguiça ao invés do jacaré. Só que naquele mesmo período o Banco Central anunciou a nota de R$ 200, aguçando a criatividade de Caio. Ele adaptou a ideia inicial e assim surgiu a cédula de R$ 420.
"Foi um marketing de guerrilha, totalmente orgânico. Quando começou a se espalhar, teve até parente meu me ligando de Minas Gerais preocupado de dar algum problema", lembra Caio, que mora atualmente em São Paulo.

E de fato, surgiu a preocupação quando a polícia encontrou a 'verdinha'. Mas a marca entrou em contato com os advogados da 'Marcha da Maconha', que deram todo o apoio jurídico necessário.

"No começo a gente ficou com medo de ser visto como apologia, mas a constituição protege isso como liberdade artística e de expressão. Os defensores nos instruíram, explicando todos os artigos da Constituição que amparavam a gente", detalha o desenhista.

Passado o susto, a preguiça segue ligeira, circulando por todo o país. Ao total, mais de 500 mil cédulas já foram impressas num esquema que lembra a casa da moeda. Assista o vídeo abaixo:


"Eu já recebi mensagem de amigos meus dizendo que conseguiram comprar gelo e carvão na praia pagando com essa nota, pois o vendedor gostou. Em Belo Horizonte circulou um comunicado entre os supermercados pedindo atenção dos caixas para essa nota falsa. Ela é um sucesso", resume Caio.

A origem do termo "420" ou "4 e 20"

Todo ano, em 20 de Abril, é comemorado o Dia Internacional da Maconha mundo afora. Mas, por quê? Por que, em inglês, a data se escreve de outra maneira e fica assim: 4/20, número já conhecido pelos usuários da erva. E o que esse número tem de tão especial?

São várias maneiras de escrever esse código internacional (4/20, 4:20, 420) mas tá todo mundo querendo falar a mesma coisa: fumar maconha. A maioria dos maconheiros conhece e usa esse termo, mas muitos não sabem da onde ele vem. Alguns até acham que sabem mas aposto que não tem certeza da história real!


Bom, segundo os próprios criadores do termo, tudo começou no outono de 1971 na Califórnia, Estados Unidos. Cinco amigos que eram alunos da San Rafael High School (Ensino Médio) são hoje conhecidos em inglês como “The Waldos” – termo que vem da palavra wall, que significa “parede” em inglês, pois era próximo ao local onde eles ficavam fumando.

Muita gente pensa que 420 é o código da polícia local para avisar que estão fumando maconha naquele momento. Mas, na verdade, a história é a seguinte: Um belo dia, um membro da guarda costeira foi falar com os 5 jovens que estavam por lá, pra falar que ele não conseguiria mais cuidar de sua plantação de maconha, próxima a Point Reyes Peninsula. Munidos dessa informação, e de um mapa do local, os Waldos resolveram ir em busca dos matinhos.

Os rapazes eram atletas da escola, treinavam todo dia e, por isso, marcaram de se encontrar na estátua de Louis Pasteur do lado de fora da escola, às 4:20. Esse era o horário que acabava o treino e eles estariam livres para ir em busca da plantação. “Nós lembrávamos uns aos outros pelos corredores que íamos nos encontrar às 4:20. No começo era 4:20-Louis, mas acabamos deixando pra lá o Louis”, disse Waldo Steve ao Huffington Post.

Eles nunca encontraram nada de plantação. O que eles estavam fazendo, mesmo sem saber, era a criação de um código internacional dos maconheiros. Entre eles, falar 420 já levava a entender: “vamos fumar um?”, ou… “você está chapado?”. Segundo Steve, “nossos professores não sabiam do que estávamos falando, nossos pais também não sabiam.”

Como o símbolo ganhou o mundo?

Naquela época, final dos anos 60, uma utopia hippie na Califórnia; a banda Grateful Dead se mudou para perto de alguns quarteirões da escola. O irmão mais velho do Waldo, Dave era amigo do baixista da banda, Phil Lesh.

Dessa maneira, eles foram convivendo com o grupo, frequentando festas e o termo foi se espalhando sem que ninguém percebesse. Os Dead fizeram turnê mundial nos anos 70 e 80 e o termo se espalhou na cena underground entre os fãs da banda.

Banda Gratefull Dead

Em 1990, Steve Bloom, então repórter da revista High Times recebeu um flyer no estacionamento do show do Grateful Dead que dizia mais ou menos assim: “vamos nos encontrar às 4:20, no dia 20/04 para ‘420-ing’” e dizia o lugar do encontro. Além disso, o flyer ainda contava uma história hipotética de como o código teria surgido, que seria um código da polícia.

um exemplar da revista High Times

Bloom publicou sua "descoberta" na edição de Maio de 1991 na revista. Daí pra frente, a High Times começou a publicar sempre o termo e a onda acabou pegando.

O caso do idoso que levou golpe

Reportagem da Rede Bandeirantes

Em Unaí, Minas Gerais, no dia 30 de julho de 2021, Gerson José Pereira de 75 anos caiu em um golpe, e deixou um prato cheio para a imprensa. Ele recebeu uma nota "falsa", de R$ 420 como pagamento de um empréstimo. Como a dívida era de R$ 100, ele deu R$ 320 de troco. “O golpista trabalhava em uma fazenda vizinha ao local onde a vítima mora. Ele pediu R$ 100 emprestado para o idoso e voltou para pagá-lo com a nota falsa. A vítima falou que nunca tinha visto a cédula, mas o autor afirmou que tinha sacado o falso dinheiro em um caixa eletrônico de um banco em Unaí”, explicou um delegado responsável pelo caso ao site do G1.

A cédula tinha o desenho de um bicho-preguiça e folhas de maconha. O idoso confiou na versão do homem e acabou recebendo a cédula sem valor algum. É importante ressaltar que não existem notas deste valor no Brasil. Sendo a nota de R$200 a novidade mais recente.

O golpista de 24 anos foi localizado dentro de sua própria casa. Ainda de acordo com a polícia, ele afirmou que está em liberdade condicional e que tem passagens por roubo e receptação. O idoso não deu maiores declarações sobre o prejuízo.

Com a repercussão do caso, a empresa criadora da cédula ressarciu o prejuízo do senhor, com os 420 reais verdadeiros, boné, roupas e algumas cédulas-fantasias de 420 reais.

Apesar da insana inocência do idoso, o caso teve um final feliz.

Veja a matéria do Jornal da Alterosa, da região de Minas Gerais

As notas

As cédulas de 420 reais foram elaboradas usando a nota de 100 reais como base.

A primeira versão das notas de 420 reais tinham apenas a mesma face dos dois lados:
Cédula de 420 reais

A segunda versão das notas de 420 reais já tinham duas faces, como uma cédula normal:
Cédula de 420 reais
Minha opinião

A ideia é interessante, acredito que conseguiu fidelizar mais clientes por conta da curiosidade da nota, eu mesmo fui um deles. Hoje eu sou cliente da loja.
A cédula poderia ter sido elaborada de uma forma mais original, mais própria, pois, percebe-se claramente elementos da nota de 100 reais. Apresenta alguns elementos interessantes e peca em várias outras partes.

 Fim da história

De acordo com a lei, a criação da cédula fantasia está amparada no artigo 5° da Constituição brasileira, que trata da liberdade de expressão e artística.

Muitas matérias jornalísticas tratam a nota de 420 reais como "dinheiro falso", além do sensacionalismo.. Vale lembrar também que tal cédula não pode ser considerada como dinheiro falso, até porquê não existe a "original" e o valor é INEXISTENTE na moeda corrente atual.



Evite repassar qualquer nota falsa, diferenciada e/ou de valor inexistente no comércio, pois isso pode configurar alguma penalidade criminal. Faça uso desses trabalhos artísticos apenas para diversão, colecionismo e curiosidade.


Este blog e o seu criador não têm a menor intenção de confrontar leis de qualquer espécie, direitos de imagem e de autor. Caso algum material de sua autoria ou imagem esteja neste blog e você não tenha gostado, por favor, entre em contato comigo.

1 de setembro de 2021

300 Dimdim Petz


A rede de lojas Petz aproveitou o lançamento da nota de R$200 reais pelo Banco Central em 2020, para lançar a nota de R$300 reais com o vira-lata caramelo, o cachorro "queridinho" dos brasileiros que virou meme na internet na época. A brincadeira é uma ação para dar visibilidade à causa do bem-estar  animal.

Vale lembrar que a cédula não possuía valor financeiro e nem dava direito a descontos nas lojas. A iniciativa da empresa também permite que qualquer pessoa customize uma nota com a foto do seu pet pelo site landingpage.labpetz.com.br.

Depois de criada, a imagem pode ser compartilhada nas redes sociais para dar mais visibilidade à causa. O site também conta com informações sobre adoção, posse responsável e bem-estar animal, e os usuários poderão deixar seu depoimento sobre os pets.

"A ideia da criação da cédula com o vira-lata caramelo é para ressaltar a importância da causa e permitir que mais pessoas se aproximem desse bichinho, que já é considerado um símbolo nacional. Queremos com isso atender ao pedido das quase 150 mil pessoas que se mobilizaram com a petição para que o cãozinho fosse o símbolo da nova cédula em circulação no país", diz Ana Beatriz Ferman, responsável pelo marketing da Petz.

Eu mesmo, já fiz as notinhas com os meus doguinhos; o Sputnyck e o Tijolo:

300 Dimdim petz Sputnyck

300 Dimdim petz Tijolo

Se interessou? Corre no site que ainda dá tempo!


Matéria original do site Exame em 2020, com alterações.

24 de junho de 2021

0 Real - Sem valor algum

Depois de muitos testes e muitas versões, finalmente cheguei ao trabalho final!

Você por acaso já teve curiosidade em saber como seria uma cédula de 0 Real?
Pois agora, a sua curiosidade foi enterrada! (Trocadilho com o Tatu).

Esse visual, na minha opinião, está perfeito!
A cédula tem uma tonalidade marrom/acinzentada, que a nova cédula de 200 reais também tem, mas na época da minha concepção do projeto, em 2019, era uma cor inexistente.
Seguindo a progressão dimensional das notas do Real, seu tamanho seria de 6,5cm de altura x 10,7cm comprimento.

No reverso da nota, coloquei a imagem do Tatu-Galinha, que é muito comum aqui no Brasil e é um dos bichinhos mais "de boa" que temos na fauna brasileira.
O Tatu-Galinha, no entanto, é um animal pequeno que parece estar entrando na lista de animais em extinção devido à caça e ao consumo de sua carne bastante apreciada (O consumo desse animal não é recomendada). Entre outros fatores, claro, do desmatamento e destruição do seu habitat natural.

Curiosidade: Na Europa, existe as cédulas de 0 Euro, você pode conferir todas as informações nessa incrível matéria do blog Collectprime.





Lembre-se: A nota de 0 real não existe. Evite repassar qualquer nota falsa, diferenciada e/ou de valor inexistente no comércio, pois isso pode configurar alguma penalidade criminal. Faça uso desses trabalhos artísticos apenas para diversão, colecionismo e curiosidade.

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16 de abril de 2021

80 Cruzeiros - Octogenário de Paulinho da Viola, e o Pecado Capital.


Paulo César Batista de Faria, mais conhecido como "Paulinho da Viola", nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1942. É violonista, cavaquinista, bandolinista, cantor e compositor de samba e choro brasileiro, conhecido por suas harmonias sofisticadas e sua voz suave.
Em novembro do ano de 2022, Paulinho fará 80 anos!

E porquê o Paulinho da Viola está recebendo uma homenagem antecipada neste blog?


Porque em 1975 ele compôs a música "Pecado Capital", que foi tema da novela de mesmo nome da Rede Globo. É uma música que fala de DINHEIRO, e suas possíveis consequências negativas.

A escolha de um samba, um ritmo tradicionalmente brasileiro para a abertura de uma novela foi a novidade da trilha sonora na TV em 1975. O produtor musical Guto Graça Mello e o diretor Daniel Filho encomendaram músicas a três compositores. A escolhida foi "Pecado Capital", composta e gravada por Paulinho da Viola em pouco menos de 24 horas. "Pecado Capital" foi a única música encomendada para a novela.

Segundo o Wikipedia, a norma da casa era que as músicas da trilhas sonoras fossem compostas por encomenda. E a partir de 1975 essa norma mudou, as músicas poderiam ser encomendadas, nas não seriam uma regra imposta pela Globo. O então produtor musical Guto Graça Mello, porém, achava que o produtor obteria melhores resultados artísticos e comerciais se trabalhasse com a sinopse da novela e com o catálogo das gravadoras, garimpando o que de melhor elas estivessem produzindo alí naquele período, e escolhendo as músicas de acordo com o gosto pessoal, e que teria mais a ver com a novela. 

Em 1998 a música foi regravada pela banda de pagode "Só Pra Contrariar", e então foi tema da segunda versão da novela.

Sobre a primeira versão da novela

"Pecado Capital" foi uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo pela primeira vez no final de 1975 até meados de 1976. Foi a 16ª "novela das oito" exibida pela emissora. Escrita por Janete Clair e dirigida por Daniel Filho e Jardel Mello, teve 167 capítulos. O ator Moacyr Deriquém, intérprete do personagem Ricardo, era também o produtor executivo da novela, que foi a primeira a ser exibida em cores no horário das oito da noite.

Francisco Cuoco, Betty Faria, Lima Duarte, Rosamaria Murtinho e Débora Duarte interpretaram os personagens principais da trama, que contava a história de um motorista de táxi que passa a viver um dilema após assaltantes de banco em fuga esquecerem em seu táxi uma mala com o dinheiro roubado, ficando na dúvida se a entregaria à polícia, correndo o risco de ser acusado de cúmplice do assalto, ou se usaria o dinheiro para resolver os seus problemas financeiros.

Sobre a segunda versão da novela

Reescrita por Glória Perez, é um remake da telenovela homônima de Janete Clair de 1975.

Contou com as participações de Carolina Ferraz, Eduardo Moscovis, Vera Fischer, Lima Duarte, Paloma Duarte, Alexandre Borges, Marcelo Serrado, Thaís de Campos, Floriano Peixoto, Marco Ricca, Leandra Leal, Denise Milfont, Thiago Lacerda, Marcos Winter, Francisco Cuoco, Cássia Kis Magro, entre outros.

(Essa já e a terceira vez que a atriz Carolina Ferraz aparece aqui no Blog, já pode pedir música no Fantástico).

Confira a cédula de 80 Cruzeiros criada em 2020,
comemorativo dos 80 anos do cantor:







Confira o vídeo e a letra da música "Pecado Capital":



"Dinheiro na mão é vendaval, é vendaval.
Na vida de um sonhador, de um sonhador.
Quanta gente aí se engana?
E cai da cama com toda a ilusão que sonhou? 
E a grandeza se desfaz.
Quando a solidão é mais, alguém já falou.

Mas é preciso viver, e viver não é brincadeira não.
Quando o jeito é se virar,
Cada um trata de si, irmão desconhece irmão.

E aí, dinheiro na mão é vendaval,
Dinheiro na mão é solução, e solidão.
Dinheiro na mão é vendaval,
Dinheiro na mão é solução, e solidão.
E solidão..." ♫


Fonte: Musixmatch
Compositores: Paulo Cesar Paulinho Da Viola
Letra de Pecado capital © Universal Music Mgb Songs Obo.





Fica então registrado aqui a homenagem à este grande músico brasileiro, tão esquecido e desmerecido pela mídia.
Feliz aniversário Paulinho!

2 de março de 2021

Deputado que acabar com o dinheiro físico no Brasil


(Matéria originalmente lançada em 2020)

O deputado federal Reginaldo Lopes (PT/MG) quer o fim da circulação de dinheiro em espécie no Brasil. De acordo com a proposta do parlamentar, o "dinheiro de papel" deveria parar de ser impresso em cinco anos.

O projeto de lei foi apresentado por Reginaldo Lopes logo após o anúncio da criação da nota de R$ 200. Segundo entrevista ao jornal "O Tempo", o dinheiro em espécie pode ser utilizado para a corrupção.

Por outro lado, transações digitais com dinheiro podem coibir a prática criminosa envolvendo o "dinheiro de papel". Apresentado à Câmara dos Deputados, o projeto ainda precisa ser aprovado para se tornar lei.

O dinheiro físico pode acabar?

A proposta do deputado federal Reginaldo Lopes prevê a descontinuidade na produção de dinheiro em espécie. Ao contrário do que espera o Banco Central com a criação da nota do lobo-guará, o projeto de lei do parlamentar mineiro quer reduzir o uso de “dinheiro vivo”.

Para Lopes, a circulação, produção e uso do real brasileiro deve ser transformada em transações digitais. Além de reduzir os custos com a produção de novas cédulas, a proposta do parlamentar visa combater a corrupção e a lavagem de dinheiro.

Segundo o projeto apresentado recentemente, em até um ano as cédulas acima de R$ 50 seriam extintas pelo Banco Central. Dessa forma, transações de grandes volumes de dinheiro aconteceriam somente por meio digital.

Além disso, o projeto de lei busca acabar com a emissão de cédulas de real até 2025. Ou seja, em cinco anos, notas menores que R$ 50 também deixariam de circular no Brasil.

No entanto, a proposta não prevê o fim da Casa da Moeda, responsável atualmente pela produção de dinheiro. Segundo Lopes, a empresa estatal deveria ser responsável por fiscalizar e emitir o dinheiro digital que substituirá o real brasileiro.

Além de combater a corrupção com a extinção do dinheiro de papel, o projeto de lei visa a proteção do meio ambiente. Em entrevista ao jornal "O Tempo", Reginaldo Lopes frisa também que nenhuma taxa deverá ser cobrada por bancos em relação às transações digitais.

"Nós precisamos eliminar o uso do papel-moeda na sociedade brasileira. Será extremamente positivo pra gente, no futuro, fazer uma revisão da carga tributária, vamos combater a corrupção e proteger o meio ambiente."

Esse não é o primeiro projeto do deputado federal Reginaldo Lopes sobre a emissão de dinheiro físico no país. Em 2015 o parlamentar de Minas Gerais apresentou um projeto semelhante, que também visava acabar com o papel-moeda, estimulando o uso do dinheiro através de sistemas online de transações.

Fonte: Cointelegraph Brasil (com alterações).


Vamos analisar a questão...

PONTOS POSITIVOS DA EXTINÇÃO DO DINHEIRO FÍSICO:

  • Menos corrupção, quando a verba for custeada em dinheiro físico.

  • Os políticos não poderão encher as malas e as cuecas com dinheiro de propinas, reduzindo a corrupção.

  • Toda as transações financeiras poderão ser rastreadas pelo governo e autoridades policiais.

  • Menos gasto financeiro do Banco Central com a confecção de dinheiro para suprir as demandas do meio circulante.

  • Menor impacto ao meio ambiente, por haver menos necessidade de extração de minérios ferrosos e produção de papel fiduciário, além dos processos químicos que são necessários para a produção do dinheiro, que termina em contato com o meio ambiente no momento do descarte do lixo produzido.

  • Fim do problema das falsificações de dinheiro.

  • O dinheiro-fantasia se tornaria algo comum no Brasil, com artes mais elaboradas e possivelmente mais apreciado pelos curiosos e colecionadores.

  • Menor propagação de doenças e bactérias, ocasionadas pelo manuseio de dinheiro físico sujo e contaminado.

  • A polícia poderá encontrar facilmente criminosos procurados pela justiça, rastreando as transações bancárias.

PONTOS NEGATIVOS DA EXTINÇÃO DO DINHEIRO FÍSICO:

  • Nem todos os cidadãos do país têm acesso à energia elétrica, e muito menos à internet, o que impossibilitaria o uso contínuo do dinheiro digital. Não havendo acesso fácil à energia elétrica e à internet, a população mais prejudicada iria recorrer ao dinheiro físico, já desgastado, sujo e defasado ou até mesmo, outras formas de moeda, fazendo a população regredir, como na época pré-monetária, onde se usava o escambo (troca de mercadorias e serviços como meios de pagamento).

  • Os numismatas (colecionadores de dinheiro) sofrerão uma defasagem em suas coleções de dinheiro brasileiro (a coleção praticamente, estaria estagnada e chegaria ao fim).

  • Cédulas que hoje têm valor pouco acima do seu valor de estampa, poderão valer muito mais, tornando todo o material praticamente inacessível à outros colecionadores (uma simples nota de 10 reais estaria valendo ouro). 

  • Coleções de moedas e papel-moeda se tornariam raridades e seriam ainda mais visados pela bandidagem.

  • Os assaltantes passarão a andar com maquininhas de cartão. (Talvez?)

  • A bandidagem estará ainda mais atenta aos seus cartões de crédito e celulares, que seriam ainda mais desejados pelos marginais.

  • O velho hábito de guardar dinheiro em baixo do colchão e no cofrinho, para possíveis emergências, chegaria ao fim.

  • O governo poderá rastrear todas as suas compras; o que foi comprado, quando e quanto foi pago.

  • Total acesso do governo sobre o quanto você ganha.

  • Os índices de ataques de hackers nas instituições financeiras para roubar o dinheiro da população, aumentariam assustadoramente.

  • Possível descontrole de boa parte da população em relação aos seus próprios gastos.

  • Exigirá da população, atenção redobrada para se atentar às possíveis questões de "roubo" do dinheiro pelo próprio governo, como o ocorrido na época do então presidente Fernando Collor (em 1990), que confiscou a poupança dos brasileiros, jogando o país em uma grande recessão.

  • Toda a população será obrigada a ter uma conta em um banco, ter cartões de crédito/débito, e/ou ter um celular com aplicativos de bancos, e acesso à internet.

  • Todo o comércio será obrigado a aderir às maquininhas de cartão, sendo que há uma lei que permite que o comerciante opte por não aceitar pagamentos com cartões de crédito/débito, e aceite pagamentos apenas com o dinheiro em espécie circulante no país, caso ele prefira.

  • Potencial aumento de golpes virtuais e roubos de senhas.

  • Possível demissão em massa nas agências bancárias, lotéricas e nas fábricas de dinheiro da Casa da Moeda do Brasil.

  • Em novembro de 2020 surgiu o Pix, modalidade simplificada de fazer pagamentos usando apenas o celular, não sendo necessário o uso do cartão de débito. Tem sido a melhor forma da bandidagem cometer assaltos, e o negócio ficaria muito pior.


E você? Estaria preparado para essa mudança? Qual a sua opinião a respeito desse assunto?

28 de fevereiro de 2021

As cédulas de 89 mil reais da Michelle Bolsonaro

 


A música da banda Detonautas Roque Clube, "Micheque" que questiona os depósitos de R$ 89 mil na conta bancária de Michelle Bolsonaro, feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, está incomodando a ainda primeira dama do Brasil. Segundo o jornal O Globo, ela busca na Justiça a possibilidade de censurar a composição de Tico Santa Cruz.
Na internet, a informação gerou revolta e uma mobilização para que seja amplamente escutada. Com a repercussão, os Detonautas ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter naquela semana.

Na quinta-feira (25/09/2020), Michelle Bolsonaro prestou queixa contra a banda por causa da música, alegando ser vítima de injúria, calúnia e difamação, e pede que a composição seja retirada imediatamente de todas as plataformas digitais.

Ela ainda pede que a música dos Detonautas seja proibida de ser executada em qualquer lugar público ou privado.

Em sua conta no Facebook, Tico Santa Cruz questionou a queixa da primeira-dama;
Cadê a liberdade de expressão para que possamos questionar algo que é de interesse público?
O Governo Bolsonaro não é contra o MIMIMI? Nós não acusamos ninguém de nada, nem sequer usamos o nome deles! Vamos aguardar!”, escreveu o cantor.

É uma tentativa de Censura????”, perguntou Tico Santa Cruz.

A música tem a participação especial de Marcelo Adnet imitando a voz do presidente Jair Bolsonaro. Além da sátira à pergunta que viralizou em todo o país: Bolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”, ‘Micheque’ ainda faz referências ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a seus filhos: Flávio Bolsonaro (01, que foi apelidado de “Willy Wonka”, por suspeita de utilizar uma loja de chocolates da Kopenhagen para lavagem de dinheiro no caso das rachadinhas de Queiroz); Eduardo Bolsonaro (02, que ficou com o apelido de “Bananinha”) e Carlos Bolsonaro (03, apelidado de “Tonho da Lua”, por ser parecido com o personagem da novela “Mulheres de Areia”).

Hey Michelle, conta aqui para nós, a grana que entrou na sua conta é do Queiroz? Hey capitão, como isso aconteceu? Levante a mão pro alto e agradeça muito a Deus. Zero um é o Willy Wonka, zero dois é o Bananinha, zero três o Tonho da Lua que comanda a turminha. Passa o dia conspirando, arrumando confusão, mas é tudo gente boa, gente de bom coração”, diz um trecho da música.



   Entenda o caso QUEIROZ   

Fabrício Queiroz é investigado por operar um esquema de “rachadinha” no gabinete do filho “01” de Jair, Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual.

Fabrício Queiroz recolhia parte do salário dos assessores e repassava para a família Bolsonaro. A quebra de sigilo bancário de Fabrício Queiroz revelou que ele depositou 21 cheques na conta de Michelle Bolsonaro, totalizando R$ 72 mil entre 2011 e 2016.

Entre janeiro e junho de 2011 também foram registrados depósitos feitos pela esposa de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, que somam mais R$ 17 mil repassados para Michelle Bolsonaro.

A pergunta “Presidente, por que sua esposa recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz” foi feita por um jornalista no dia 23 de agosto. A resposta de Bolsonaro foi: “a vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”.
Com a truculência, a pergunta feita pelo repórter tomou as redes sociais com o povo cobrando uma explicação.

Com a repercussão do caso, em todo o país, no dia 27 de agosto, uma grande placa foi instalada na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, com o questionamento sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz nas contas da então primeira-dama.

No dia seguinte, 28 de agosto, Bolsonaro deixou à mostra o roteiro usado por ele durante sua live semanal. Foi possível ler no papel, que ficou em cima da mesa, que, no item 7, ele pretendia “botar um ponto final na questão envolvendo Queiroz e a Primeira Dama”. No decorrer da apresentação, porém, ele pulou este item, que apareceu riscado, e não deu explicação nenhuma para a pergunta que o país inteiro faz: Por que diabos Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de sua mulher, Michelle Bolsonaro?

Uma semana se passou e nada de Bolsonaro ou Michelle darem qualquer explicação sobre os depósitos. No dia 4 de setembro, a banda Detonautas lançou a música ‘Micheque’.

A música, pelo seu tom crítico satírico viralizou nas redes sociais e agora, com a decisão de Michelle Bolsonaro, de ir em busca da censura da canção, fica evidente o incômodo gerado pela banda de rock.

Até agora, nem Michelle, nem Bolsonaro explicaram o motivo dos depósitos.

A autoria da arte é desconhecida, e a cédula apresenta apenas uma face.

* * * 



"Presidente Bolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?"

Arte da ilustradora e designer gráfica Rayssa da Penha do Rio de Janeiro, conhecida no Twitter como @dapenhaaqui.
A cédula apresenta as duas faces, é a melhor cédula-de-protesto sobre o assunto.

(Se não fosse algumas falhas na arte, teria ficado perfeito né?)

* * *


A arquiteta urbanista, artista plástica e coordenadora de relação institucional do Theatro Municipal de São Paulo, Adriana Marto, lançou em sua conta no Instagram uma sugestão para o governo Jair Bolsonaro: Uma cédula no valor de R$ 89 mil.

Presidente @jairmessiasbolsonaro, por que sua esposa @michellebolsonaro recebeu 89 mil reais do Queiroz?”, escreveu a arquiteta junto com a arte, que mostra a cédula de R$ 89 mil com a imagem de uma laranja e a descrição de “República Miliciana do Brasil”.
A cédula apresenta apenas uma face.



Cédula de 200 Reais dos Simpsons

Você certamente já ouviu falar que Os Simpsons previram em 2014, a cédula de 200 Reais, antes mesmo que isso fosse pensado e noticiado na imprensa em 2020.

Na 16ª Temporada, episódio 25; com os Simpsons em uma viagem ao Brasil, Homer se torna juiz de futebol depois que Lisa fez um discurso no seu colégio, em que elogia a integridade do pai. Ele, por algum motivo, então é convidado a ser árbitro na Copa do Mundo do Brasil e acaba se envolvendo com mafiosos que tentam manipular o resultado das partidas, subordinando-o a todo custo com notas de 200 reais.

Essa semana me bateu a curiosidade; Como seria a tal nota de 200 reais dos Simpsons? E que tal tê-la na minha coleção? Foi aí que eu decidi recriá-la com o máximo possível de autenticidade.
Recriação dos 200 Reais dos Simpsons.

Como não foi mostrado a parte de trás da nota de 200 reais, decidi não fantasiar demais, e recriar o dinheiro, como uma cédula uniface (apenas a parte da frente).
Note, que os criadores do desenho usaram o visual das notas da primeira família do Real como base:

10 reais primeira familia









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21 de fevereiro de 2021

Como a nota de 200 reais deveria ser...

Como a nota de 200 reais deveria ser

 A polêmica cédula de 200 Reais, lançada em setembro de 2020 deixou muita gente surpresa com o valor um tanto incomum e sem lógica, e quando surgiram os burburinhos na imprensa, o brasileiro logo tratou de criar suas teorias e versões da possível face da nota, e tivemos uma enxurrada de memes na internet.


Para quem estava na expectativa de ser uma puta nota, ficou decepcionado. Primeiramente porque a cédula foi feita nas coxas às pressas e acabaram usando a cédula de 20 Reais como base. O resultado, claro, não podia ter sido mais desastroso; uma cédula de 200 reais no mesmo tamanho e layout da cédula de 20 Reais.


Observe que a cédula ficou espremida, causando um mal-estar para quem analisa a peça. Entre outras críticas, está a defesa de que a nova cédula em questão, colocaria os deficientes visuais em dúvida para distinguir ambas as notas, e realmente dá pra confundir.

Outro forte argumento, é a extrema falta de dinheiro trocado para os comerciantes, que ficam de mãos atadas ao receberem uma nota de 200 reais quando o valor de compra, na maioria das vezes é muito abaixo, gerando muitas notas para dar o troco. Ou seja; tá faltando dinheiro trocado nas ruas, e o governo ainda insiste em colocar uma nota de 200 reais em circulação. Para muitos, isso é uma clara evidência da inflação.

Os projetistas do Banco Central não seguiram a estética da sequência da segunda família do Real, e o resultado ficou bem estranho.


1- Cadê a faixa holográfica vertical à esquerda?
2 - Porque o numeral "200" à direita está metalizado?
3 - Porquê as denominações do numeral "200 reais" estão tão espremidas?
4 - Porquê a cédula não acompanha a progressão dimensional, como todas as demais cédulas?
5 - Porquê, em um momento político tão conturbado no Brasil, com tantas outras coisas prioritárias a serem feitas, o Banco Central colocou tal nota em circulação às pressas?

(Todas as desculpas fornecidas pelos órgãos responsáveis, obviamente, não convenceram ninguém).


As dúvidas permanecem no ar.

Por conta das diversas críticas ao projeto, a cédula está na corda bamba, podendo ter a sua circulação descontinuada a qualquer momento.

*  *  *

Insatisfeito com a cédula posta em circulação em tempo recorde, resolvi recriar a nota, corrigindo os erros para torná-la visualmente mais adequada ao padrão.

nota 200 reais reformulada
O tamanho correto dessa cédula, seria de 16,3 cm de comprimento x 7 cm de altura.






E você? O que achou da releitura dessa polêmica cédula?


Evite repassar qualquer nota falsa, diferenciada e/ou de valor inexistente no comércio, pois isso pode configurar alguma penalidade criminal. Faça uso desses trabalhos artísticos apenas para diversão, colecionismo e curiosidade.

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16 de dezembro de 2020

Álbum Dinheirinho Mabel - 1992

 A coleção Dinheirinho Mabel foi lançada no ano de 1992 em todo o território brasileiro, dando de brinde dentro de suas embalagens de biscoitos, versões em miniaturas de cédulas de 17 países diferentes contando com o Brasil, e deu ainda mais força à numismática, fisgando as crianças para o interessante mundo da coleção de dinheiro.


Deixo abaixo todas as páginas escaneadas, para você imprimir:



























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