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4 de julho de 2020

As inserções de Cildo Meireles... E a minha opinião.


Cildo Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 1948, ele é um artista plástico, escultor e pintor brasileiro. É reconhecido mundialmente como um dos mais importantes artistas brasileiros contemporâneos. Aos 10 anos de idade mudou-se para Brasília, onde teve contato com a arte moderna e contemporânea.

Em 1967, voltou para o Rio de Janeiro. Nesse ano, o desenho passou para segundo plano, e o artista abandonou a figuração expressionista, voltando-se para obras tridimensionais.

Morou nos Estados Unidos de 1971 a 1973. E ao retornar ao Brasil, concentrou-se nas linguagens conceituais e na apropriação de objetos não-artísticos. No início da década de 1980, alguns elementos pictóricos foram incorporados às suas instalações e esculturas.

Cildo foi o segundo artista brasileiro a ter uma exposição retrospectiva de sua obra na Tate Modern, em Londres, em 2008. Cildo cria os objetos e instalações que diretamente levam o observador em uma experiência sensorial completa, questionando, entre outros temas, a ditadura militar no Brasil (1964-1985) e a dependência do país na economia global.

Vamos falar das tais "inserções em circuitos ideológicos"!

Fiz uma primeira matéria que fala das cédulas criadas pelo artista, com valores de face ZERO (Zero cruzeiro, zero real, zero dólar e Zero centavo).
E agora, vamos falar das chamadas "inserções" de Cildo em cédulas correntes, tanto nos Cruzeiros, quanto nos Reais, quanto nos Dólares.
Eu não vou falar para vocês qual o motivo que levou o artista a fazer tal coisa, porque eu simplesmente não entendi NADA. O cara fala, fala, mas não explica nada. Vamos ver algumas notas, e eu darei a minha opinião:



Bem, vamos lá..
Já faz muito tempo que eu não pego notas manchadas, carimbadas ou rabiscadas, e fico particularmente muito feliz por isso. Notas riscadas e carimbadas, nada mais são, ao meu ver, e aos olhos dos bancos, sinais de vandalismo e desrespeito com o dinheiro, que na verdade não é seu, é de todos os cidadãos que usam esse dinheiro para pagarem suas contas.

Toda vez que você rabisca a porcaria de uma nota de 2 reais, ou de qualquer valor que seja, essa nota ao chegar no banco, será colocada em um saco preto, e levada ao Banco Central para ser triturada, incinerada, destruída, por mais nova que esteja. Ou seja: Você está cometendo um crime, que infelizmente não terá punição.

Veja o que diz Jesseir Coelho, que é juiz e professor de direito penal: 
"Rasgar dinheiro é crime (destruição, inutilização), riscar dinheiro ou escrever em nota também é crime (deterioração). Se  o próprio indivíduo rasga, suja, queima, inutiliza ou destrói, papel-moeda ou metálico, ainda que seja de sua propriedade, configura-se o crime de dano qualificado, previsto no artigo  163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal, segundo a doutrina majoritária. A pena para o delito é de detenção, de 6 meses a 3 anos, além de multa, é uma pena correspondente ao ato de violência."

Fazer dinheiro, custa dinheiro. E muito. Não é atoa que as notas de 1 real saíram de circulação, porque custa caro aos cofres públicos (Dinheiro que na verdade é nosso) fazer um dinheiro que mal saiu do banco e já será retido e destruído, por culpa de uns e outros pela falta de zelo com o próprio dinheiro.

Não acho certo essa "arte" de Cildo Meireles, se é que isso pode ser considerado "arte".
Acho super válido dividirmos nossas ideias e ideais com o povo e divulgar nossos pensamentos e críticas, seja a respeito de política, religião, ou qualquer assunto que seja.
Mas assim não. Não acho certo, não acho correto.
Me faço a pergunta: Qual são os limites da Arte?

Essas notas das fotos lá em cima, e outras centenas, têm 99% de chance de não existirem mais (a menos que alguém tenha achado bonitinho e tenha guardado no bolso, porque nem para um colecionador elas servem).

Pense na tristeza de um colecionador ao receber uma nota em mãos e ao verificar se aquela nota é a que falta para ele completar a coleção, e ver que a porcaria da nota está carimbada, riscada, rasgada... Dá vontade de matar o F.D.P. Ela perde totalmente o seu valor por mais rara que seja.

Pense nas crianças que ao verem uma nota toda rabiscada, poderá achar que aquilo é normal, e daí ela passará a reproduzir aquele ato, porque ela achou legal, engraçado, e assim vamos perpetuando erros de geração a geração.

Pense nos comerciantes e empresários que por pura ignorância, ou falta de conhecimento, barram o recebimento dessas notas em suas lojas, e te fazem passar vergonha e constrangimento na frente de outras pessoas.

Informação importante: Cédulas rabiscadas, rasgadas e carimbadas são válidas nos comércios e transações bancárias normalmente. O que acontece, é que após chegarem aos bancos, serão tiradas de circulação, e destruídas.

Cédulas fantasias são bacanas, são interessantes, são expressões de arte e ideologias.
São ideias e pensamentos que finalmente ganharam vida num pedaço de papel. Trazem representatividade, são coloridas, são diferentes, descontraídas.
Zero real, zero dólar, zero centavo, um milhão de dólares, 3 reais! Olha que delícia é o poder da criação! Ou seja; Temos formas melhores de fazer ARTE.

Com o dinheiro da nossa coleção, nós podemos brincar.
Com o dinheiro dos outros, não.


Essa nota ZERO, é a minha nota para o Cildo Meireles diante desse péssimo exemplo que ele deu, e que insiste em chamar de "arte".
Dinheiro é papel, mas não é um papel em branco.
Dinheiro é dinheiro, que custa muito dinheiro.
Se você, leitor, costuma rabiscar e danificar suas notas, preste atenção ao fazer isso, e pense bem se isso é correto.

3 de julho de 2020

As cédulas e moedas de Cildo Meireles


Cildo Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 1948, ele é um artista plástico, escultor e pintor brasileiro. É reconhecido mundialmente como um dos mais importantes artistas brasileiros contemporâneos. Aos 10 anos de idade mudou-se para Brasília, onde teve contato com a arte moderna e contemporânea.

Em 1967, voltou para o Rio de Janeiro. Nesse ano, o desenho passou para segundo plano, e o artista abandonou a figuração expressionista, voltando-se para obras tridimensionais.

Morou nos Estados Unidos de 1971 a 1973. E ao retornar ao Brasil, concentrou-se nas linguagens conceituais e na apropriação de objetos não-artísticos. No início da década de 1980, alguns elementos pictóricos foram incorporados às suas instalações e esculturas.

Cildo foi o segundo artista brasileiro a ter uma exposição retrospectiva de sua obra na Tate Modern, em Londres, em 2008. Cildo cria os objetos e instalações que diretamente levam o observador em uma experiência sensorial completa, questionando, entre outros temas, a ditadura militar no Brasil (1964-1985) e a dependência do país na economia global.

Vamos falar de dinheiro!

Uma de suas obras, chamada Cruzeiro zero é uma réplica quase fiel de uma nota do Cruzeiro (a moeda corrente naquele tempo: 1974-1978) que não tem nenhum valor e as figuras históricas e heróicas sejam substituídas pela fotografia de um índio brasileiro e de um paciente de um hospital psiquiátrico. Há uma crítica, um comentário na super inflação e na desvalorização do cruzeiro, este trabalho joga com noções tradicionais da natureza e 'do valor' da arte e da marginalização do Brasil no mundo internacional da arte.


0 Real, de 2019.
(Parece repetir o esquema do Zero Cruzeiro, com a inserção da imagem de um índio Kraô e o louco no canto da parede. As histórias por trás desses personagens são muito tristes e você pode conferir nesta matéria da Revista Carbono).


Zero Dólar (1978-1984)


Zero Dólar, de 2009



Zero centavos (1974-1978)


Abaixo, uma instalação de uma de suas obras.

“Olvido”, é o nome de uma oca construída com cédulas de diversos países americanos, construída sobre ossos e rodeada por um grande muro/cerca de velas. Lá dentro soa, ecoa o barulho de uma motosserra. A instalação revela nessa alegoria tão real e atual o processo de colonização do continente. Vale lembrar que em 2018, Cildo atualizou uma das suas intervenções mais famosas e mais questionáveis: A das cédulas de dinheiro, para carimbá-las com o rosto de Marielle Franco, vereadora assassinada por milicianos no Rio de Janeiro em março de 2018.



Eu espero do fundo do meu coração, que ele não tenha colado essas notas com cola, e que elas não sejam originais.

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