Banksy e a nota de 10 libras da Princesa Diana

O Gabinete de Moedas do Museu Britânico é mais conhecido por sua enorme coleção de moedas originais e como um local de assistência à população na identificação de moedas antigas, na maioria, falsificadas. Uma história publicada em 1º de fevereiro de 2019 no jornal "The Guardian" colocou em cheque a reputação bastante rígida do Museu Britânico logo após a revelação de que sua coleção permanente de moedas e papel-moeda agora incluiria uma nota fantasia de 10 libras, criada pelo artista Banksy, com a efígie da falecida princesa Diana, a princesa de Gales, ao invés da face da Rainha Elizabeth.


"Banksy" é nome usado pelo criador da nota, um artista grafiteiro anônimo que produz obras com sátiras politicas e sociais. Ele não gosta de se identificar, por medo de ser preso pela polícia local ou sofrer retaliações. Na foto acima, ele deu uma entrevista à uma emissora de TV cobrindo o rosto.

Sua nota de 10 libras em questão foi feita pela primeira vez em 2004, quando cerca de 1 milhão dessas notas foram impressas para serem jogadas pela janela de um edifício.


Thom Waite, do site Dazed.com, disse que em 2004 quando algumas dessas notas foram jogadas à multidão no carnaval de Nothing Hill e num festival de leitura, e as pessoas começaram a usá-las para comprar bebidas nos bares, o artista percebeu que poderia ser preso por falsificação e pegar até 10 anos de prisão. Ele então tentou tirá-las de circulação, mas, sem sucesso. Como Banksy hoje é muito conhecido por suas obras e pichações em espaços públicos do Reino Unido, por ser um trabalho realmente bom, muitas pessoas apreciam o seu trabalho. 

Acredita-se que ainda hoje, ele tenha centenas dessas notas guardadas.

Porém, como a segurança das notas bancárias não era uma preocupação do artista quando ele criou a obra de arte, elas poderiam ser facilmente reproduzidas da mesma maneira que foram feitas na primeira vez, por cópias e "xerox", ao contrário das notas reais do Banco da Inglaterra. Portanto, não haveria como saber se uma nota era um verdadeiro Banksy ou um falso Banksy.

Tom Hockenhull, curador do museu, tentava adquirir um exemplar há anos para adicionar à sua coleção de notas-paródias, mas não confiava na questão da veracidade das peças, com medo de ser uma cópia falsa. Finalmente, ele encontrou um doador próximo o suficiente do artista para confiar na procedência do material: Um representante de vendas do próprio artista. 


Quanto à opinião do museu sobre a aquisição de 8 exemplares na Convenção Numismática Internacional de Nova York (NYINC) em 2016, Hockenhull disse ao jornal "The Guardian": “Há uma longa história de discurso político e social através desse tipo de protesto que nos deixou ansiosos para adquiri-lo. Além disso, é um Banksy, por que não íamos querer? É uma oportunidade para termos um trabalho de um artista dessa estatura como parte de uma coleção que as pessoas talvez não considerem o repositório típico de um trabalho de Banksy. Na nossa perspectiva, ele se junta a uma longa lista de artistas que criaram, adaptaram ou destruíram moedas para os fins de seus trabalhos. As nota foram impressas em papel quase idêntico às usadas na moeda oficial do Reino Unido.

Curiosidade 1: Algumas dessas notas "piratas" fora vendidas como sendo originais  em leilões na Internet por um valor médio de 400 dólares!

Curiosidade 2: Em novembro de 2016, a empresa que vendia legalmente as cédulas customizadas do artista, recebeu um e-mail do Banco da Inglaterra, solicitando a total retirada das imagens da frente e do verso do site na Internet, afirmando que o banco tem propriedade autoral sobre as imagens.

A cédula original


O trabalho de Banksy


Observe que o nome do "Bank of England" foi substituído por "Banksy of England" e no lugar do nome de Charles Darwin, ele colocou a frase "Trust no one", ou seja: "Não acredite em ninguém".

Fonte: Coin World, Numismatics.org e My London.News (Com alterações)

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