28 de fevereiro de 2021

As cédulas de 89 mil reais da Michelle Bolsonaro

 


A música da banda Detonautas Roque Clube, "Micheque" que questiona os depósitos de R$ 89 mil na conta bancária de Michelle Bolsonaro, feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, está incomodando a ainda primeira dama do Brasil. Segundo o jornal O Globo, ela busca na Justiça a possibilidade de censurar a composição de Tico Santa Cruz.
Na internet, a informação gerou revolta e uma mobilização para que seja amplamente escutada. Com a repercussão, os Detonautas ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter naquela semana.

Na quinta-feira (25/09/2020), Michelle Bolsonaro prestou queixa contra a banda por causa da música, alegando ser vítima de injúria, calúnia e difamação, e pede que a composição seja retirada imediatamente de todas as plataformas digitais.

Ela ainda pede que a música dos Detonautas seja proibida de ser executada em qualquer lugar público ou privado.

Em sua conta no Facebook, Tico Santa Cruz questionou a queixa da primeira-dama;
Cadê a liberdade de expressão para que possamos questionar algo que é de interesse público?
O Governo Bolsonaro não é contra o MIMIMI? Nós não acusamos ninguém de nada, nem sequer usamos o nome deles! Vamos aguardar!”, escreveu o cantor.

É uma tentativa de Censura????”, perguntou Tico Santa Cruz.

A música tem a participação especial de Marcelo Adnet imitando a voz do presidente Jair Bolsonaro. Além da sátira à pergunta que viralizou em todo o país: Bolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”, ‘Micheque’ ainda faz referências ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a seus filhos: Flávio Bolsonaro (01, que foi apelidado de “Willy Wonka”, por suspeita de utilizar uma loja de chocolates da Kopenhagen para lavagem de dinheiro no caso das rachadinhas de Queiroz); Eduardo Bolsonaro (02, que ficou com o apelido de “Bananinha”) e Carlos Bolsonaro (03, apelidado de “Tonho da Lua”, por ser parecido com o personagem da novela “Mulheres de Areia”).

Hey Michelle, conta aqui para nós, a grana que entrou na sua conta é do Queiroz? Hey capitão, como isso aconteceu? Levante a mão pro alto e agradeça muito a Deus. Zero um é o Willy Wonka, zero dois é o Bananinha, zero três o Tonho da Lua que comanda a turminha. Passa o dia conspirando, arrumando confusão, mas é tudo gente boa, gente de bom coração”, diz um trecho da música.



   Entenda o caso QUEIROZ   

Fabrício Queiroz é investigado por operar um esquema de “rachadinha” no gabinete do filho “01” de Jair, Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual.

Fabrício Queiroz recolhia parte do salário dos assessores e repassava para a família Bolsonaro. A quebra de sigilo bancário de Fabrício Queiroz revelou que ele depositou 21 cheques na conta de Michelle Bolsonaro, totalizando R$ 72 mil entre 2011 e 2016.

Entre janeiro e junho de 2011 também foram registrados depósitos feitos pela esposa de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, que somam mais R$ 17 mil repassados para Michelle Bolsonaro.

A pergunta “Presidente, por que sua esposa recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz” foi feita por um jornalista no dia 23 de agosto. A resposta de Bolsonaro foi: “a vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”.
Com a truculência, a pergunta feita pelo repórter tomou as redes sociais com o povo cobrando uma explicação.

Com a repercussão do caso, em todo o país, no dia 27 de agosto, uma grande placa foi instalada na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, com o questionamento sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz nas contas da então primeira-dama.

No dia seguinte, 28 de agosto, Bolsonaro deixou à mostra o roteiro usado por ele durante sua live semanal. Foi possível ler no papel, que ficou em cima da mesa, que, no item 7, ele pretendia “botar um ponto final na questão envolvendo Queiroz e a Primeira Dama”. No decorrer da apresentação, porém, ele pulou este item, que apareceu riscado, e não deu explicação nenhuma para a pergunta que o país inteiro faz: Por que diabos Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de sua mulher, Michelle Bolsonaro?

Uma semana se passou e nada de Bolsonaro ou Michelle darem qualquer explicação sobre os depósitos. No dia 4 de setembro, a banda Detonautas lançou a música ‘Micheque’.

A música, pelo seu tom crítico satírico viralizou nas redes sociais e agora, com a decisão de Michelle Bolsonaro, de ir em busca da censura da canção, fica evidente o incômodo gerado pela banda de rock.

Até agora, nem Michelle, nem Bolsonaro explicaram o motivo dos depósitos.

A autoria da arte é desconhecida, e a cédula apresenta apenas uma face.

* * * 



"Presidente Bolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?"

Arte da ilustradora e designer gráfica Rayssa da Penha do Rio de Janeiro, conhecida no Twitter como @dapenhaaqui.
A cédula apresenta as duas faces, é a melhor cédula-de-protesto sobre o assunto.

(Se não fosse algumas falhas na arte, teria ficado perfeito né?)

* * *


A arquiteta urbanista, artista plástica e coordenadora de relação institucional do Theatro Municipal de São Paulo, Adriana Marto, lançou em sua conta no Instagram uma sugestão para o governo Jair Bolsonaro: Uma cédula no valor de R$ 89 mil.

Presidente @jairmessiasbolsonaro, por que sua esposa @michellebolsonaro recebeu 89 mil reais do Queiroz?”, escreveu a arquiteta junto com a arte, que mostra a cédula de R$ 89 mil com a imagem de uma laranja e a descrição de “República Miliciana do Brasil”.
A cédula apresenta apenas uma face.



Cédula de 200 Reais dos Simpsons

Você certamente já ouviu falar que Os Simpsons previram em 2014, a cédula de 200 Reais, antes mesmo que isso fosse pensado e noticiado na imprensa em 2020.

Na 16ª Temporada, episódio 25; com os Simpsons em uma viagem ao Brasil, Homer se torna juiz de futebol depois que Lisa fez um discurso no seu colégio, em que elogia a integridade do pai. Ele, por algum motivo, então é convidado a ser árbitro na Copa do Mundo do Brasil e acaba se envolvendo com mafiosos que tentam manipular o resultado das partidas, subordinando-o a todo custo com notas de 200 reais.

Essa semana me bateu a curiosidade; Como seria a tal nota de 200 reais dos Simpsons? E que tal tê-la na minha coleção? Foi aí que eu decidi recriá-la com o máximo possível de autenticidade.
Recriação dos 200 Reais dos Simpsons.

Como não foi mostrado a parte de trás da nota de 200 reais, decidi não fantasiar demais, e recriar o dinheiro, como uma cédula uniface (apenas a parte da frente).
Note, que os criadores do desenho usaram o visual das notas da primeira família do Real como base:

10 reais primeira familia









Evite repassar qualquer nota falsa, diferenciada e/ou de valor inexistente no comércio, pois isso pode configurar alguma penalidade criminal. Faça uso desses trabalhos artísticos apenas para diversão, colecionismo e curiosidade.

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21 de fevereiro de 2021

Como a nota de 200 reais deveria ser...

Como a nota de 200 reais deveria ser

 A polêmica cédula de 200 Reais, lançada em setembro de 2020 deixou muita gente surpresa com o valor um tanto incomum e sem lógica, e quando surgiram os burburinhos na imprensa, o brasileiro logo tratou de criar suas teorias e versões da possível face da nota, e tivemos uma enxurrada de memes na internet.


Para quem estava na expectativa de ser uma puta nota, ficou decepcionado. Primeiramente porque a cédula foi feita nas coxas às pressas e acabaram usando a cédula de 20 Reais como base. O resultado, claro, não podia ter sido mais desastroso; uma cédula de 200 reais no mesmo tamanho e layout da cédula de 20 Reais.


Observe que a cédula ficou espremida, causando um mal-estar para quem analisa a peça. Entre outras críticas, está a defesa de que a nova cédula em questão, colocaria os deficientes visuais em dúvida para distinguir ambas as notas, e realmente dá pra confundir.

Outro forte argumento, é a extrema falta de dinheiro trocado para os comerciantes, que ficam de mãos atadas ao receberem uma nota de 200 reais quando o valor de compra, na maioria das vezes é muito abaixo, gerando muitas notas para dar o troco. Ou seja; tá faltando dinheiro trocado nas ruas, e o governo ainda insiste em colocar uma nota de 200 reais em circulação. Para muitos, isso é uma clara evidência da inflação.

Os projetistas do Banco Central não seguiram a estética da sequência da segunda família do Real, e o resultado ficou bem estranho.


1- Cadê a faixa holográfica vertical à esquerda?
2 - Porque o numeral "200" à direita está metalizado?
3 - Porquê as denominações do numeral "200 reais" estão tão espremidas?
4 - Porquê a cédula não acompanha a progressão dimensional, como todas as demais cédulas?
5 - Porquê, em um momento político tão conturbado no Brasil, com tantas outras coisas prioritárias a serem feitas, o Banco Central colocou tal nota em circulação às pressas?

(Todas as desculpas fornecidas pelos órgãos responsáveis, obviamente, não convenceram ninguém).


As dúvidas permanecem no ar.

Por conta das diversas críticas ao projeto, a cédula está na corda bamba, podendo ter a sua circulação descontinuada a qualquer momento.

*  *  *

Insatisfeito com a cédula posta em circulação em tempo recorde, resolvi recriar a nota, corrigindo os erros para torná-la visualmente mais adequada ao padrão.

nota 200 reais reformulada
O tamanho correto dessa cédula, seria de 16,3 cm de comprimento x 7 cm de altura.






E você? O que achou da releitura dessa polêmica cédula?


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16 de dezembro de 2020

Álbum Dinheirinho Mabel - 1992

 A coleção Dinheirinho Mabel foi lançada no ano de 1992 em todo o território brasileiro, dando de brinde dentro de suas embalagens de biscoitos, versões em miniaturas de cédulas de 17 países diferentes contando com o Brasil, e deu ainda mais força à numismática, fisgando as crianças para o interessante mundo da coleção de dinheiro.


Deixo abaixo todas as páginas escaneadas, para você imprimir:



























26 de julho de 2020

Cédula teste de 100.000 cruzeiros dos profetas de Aleijadinho

Em 1992 foi lançada a cédula de 100 mil cruzeiros com motivo da Eco 92, a que tem o beija-flor que serviu de base à futura cédula de 1 real. Porém havia outro projeto, que Guilherme Ribeiro Tardin Costa traz em sua dissertação "O design das cédulas brasileiras do cruzeiro ao real (1970-2010)", defendida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um projeto da Casa da Moeda do Brasil atribuído a Álvaro Martins e Amaury Fernandes da Silva Júnior.

A peça em questão, que tem uma arte-final em grafite (em preto e branco), e mostra em detalhe os rostos das 12 estátuas dos profetas de Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa. 1738-1814), entre eles: Joel, Isaías, Ezequiel e Amós, com mais outros sete ao fundo. Estas, originalmente foram esculpidas em pedra sabão e são patrimônios icônicos da cultura e arte nacional, além de referência à arte barroca.

Cédula-teste de Aleijadinho.

O Departamento de Matrizes do Banco Central nunca divulgou imagens do reverso desta cédula, portanto, imagino que o seu reverso seja a mesma das Cataratas do Iguaçu, sem muitas alterações.
Seus trabalhos já foram homenageados em outra cédula: 10 cruzeiros de 1970. E em uma moeda: 20 cruzeiros de 1981.

O dono do blog Diniz Numismática fez uma colorização computadorizada da cédula, segundo a sua concepção pessoal.
(Lembrando que essa coloração não faz parte do projeto oficial)


Na minha opinião, se esta cédula tivesse sido aprovada e colocada em circulação, provavelmente, seria a mais bonita cédula a circular no país em toda a sua história.


Texto extraído de "O design das cédulas brasileiras do cruzeiro ao real (1970-2010)", de Guilherme Ribeiro (Com alterações).

25 de julho de 2020

Cédula teste de 10.000 cruzeiros de Rui Barbosa

O reverso da cédula abaixo no valor de CR$ 10.000 é um projeto pintado com tinta guache, feito por Álvaro Martins em 1984, homenageando Rui Barbosa.

Um fato curioso desta nota, é que este reverso foi posteriormente alterado.
Não há informações sobre a arte do anverso. E nesse caso, acredito que seja a imagem que já conhecemos, sem muitas alterações.


Abaixo, vemos a versão final da cédula que foi liberada para circulação, no valor de 10.000 cruzeiros em 1984.


Abaixo, vemos a mesma cédula reaproveitada, carimbada no valor de 10 cruzados a partir de 1986.


Agora, podemos ver que o Banco Central colocou um pouco da preguiça de lado, e na esperança de uma certa estabilidade política, lançaram esta nota com o mesmo layout, mas com o valor de estampa de 10 cruzados, ainda no ano de 1986.


Clique nas imagens abaixo para ver os detalhes da primeira cédula emitida:




Fontes: Acervo do Departamento de Matrizes do Banco Central, 2011, Associação Amigos do Museu de Valores.
Texto extraído de "O design das cédulas brasileiras do cruzeiro ao real (1970-2010)", de Guilherme Ribeiro.

24 de julho de 2020

O projeto da nota de 5000 Cruzados de Cândido Portinari, por Júlio Guimarães.

Cândido Portinari foto

Em 1990 os projetos de novas cédulas eram apresentados em pranchas de papel Schoeller e pintados com tinta guache ou aquarela, com exceção de raros casos de projetos feitos à lápis. A partir dessa representação artística começava o trabalho de interpretação em linhas, padrões geométricos e separação manual de cores e gravura a buril (processo denominado "originação"). 

Quase sempre o resultado final ficava longe do projeto artístico apresentado inicialmente.

Cédula de CZ$ 5.000, por Júlio Guimarães
Cédula de CZ$ 5.000, por Júlio Guimarães

Anverso e reverso da cédula homenageando o pintor Cândido Portinari, material de estudo em tinta guache. Cédula de CZ$ 5.000, por Júlio Guimarães:


As cédulas de mesma estampa:

Cédulas de Cândido Portinari

1 - O projeto inicial de Júlio Guimarães, mantido em segredo pela Casa da Moeda do Brasil, até a apresentação da dissertação do aluno Guilherme Ribeiro Tardin Costa em 2011 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Readequada por mim, em 2020 para impressão.

2 - O resultado final da cédula, liberada para rodar no meio circulante.

3 - Anverso da cédula reaproveitada, carimbada no valor de 5 cruzados novos, saindo de circulação posteriormente.

Matéria do canal Antofágica no Youtube, sobre Cândido Portinari




Fonte: Acervo do Departamento de Matrizes do Banco Central, 2011.
Texto extraído de "O design das cédulas brasileiras do cruzeiro ao real (1970-2010)", de Guilherme Ribeiro (Com alterações).

Matéria atualizada em 02/06/2024

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